Alternativas de mitigação de emissão de metano entérico na pecuária

Resumo

A pecuária é a atividade mais expressiva no setor produtivo do Brasil. Os bovinos são criados exclusivamente a pasto, onde obtém o alimento que resultam em produtos para consumo humano como carne e/ou leite. A dieta dos bovinos constitui basicamente de gramíneas, que por processo digestivo conhecido como fermentação entérica, realizada por microrganismos anaeróbios obrigatórios que vivem simbioticamente no aparato digestivo, permitem ao animal o aproveitamento das plantas fibrosas. Nesse processo, a população microbiana converte os carboidratos fibrosos e/ou não fibrosos em ácidos graxos de cadeia curta, principalmente ácidos acético, propiônico e butírico, fonte de energia para o ruminante. Entretanto, são produzidos, entre outros, dióxido de carbono e metano que são expelidos via eructação, resultando em perdas energéticas equivalentes a 8% da energia bruta do alimento. Cada animal tem potencial para gerar 0,25 a 0,5 m³ dia-1, de metano o que, em relação ao quantitativo do rebanho, passa a representar problema ambiental de interesse internacional. Com as alterações ambientais sendo monitorada mais intensamente, as mudanças climáticas e aquecimento global são estão sendo atribuídas à pecuária. Diante do exposto, pesquisadores têm desenvolvido tecnologias para reduzir a emissão de metano através da melhoria das praticas de manejo alimentar, manipulação ruminal, por meio de suplementação com monensima, lipídios, ácidos orgânicos e compostos de plantas. Outras estratégias como manejo adequado da pastagem, suplementação alimentar, aumentam a produtividade animal e tem potencial de reduzir a emissão de carbono na atmosfera. Entretanto, a redução do metano entérico, com base nas estratégias de mitigação disponíveis, deve ter como objetivo garantir rendimento econômico e ambiental satisfatório à produção de leite ou carne. Assim este trabalho objetiva reunir de forma crítica as informações mais recentes sobre este assunto.