OS IMPACTOS DOS COMPONENTES INOVATIVOS E TECNOLÓGICOS NA DIVERSIDADE DA AGROPECUÁRIA BRASILEIRA
Resumo
A agropecuária brasileira encontrou nos anos de 1970 o caminho para o seu desenvolvimento econômico, expandindo-se vertiginosamente nas décadas seguintes, e redefinindo o papel agroexportador do país no comercio internacional, atingindo quase 30% de participação do valor exportado do país em 2014. Contudo, evidencias apontam que o modelo de desenvolvimento produtivo adotado, afetado fortemente por componentes inovativos e tecnológicos, está altamente correlacionado a estruturas de produção especializadas (monocultivos). Considerando que a agricultura familiar é um segmento produtivo fortemente associado a práticas de diversificação da produção na agropecuária brasileira, além de deter cerca de 84% do total de estabelecimentos rurais existentes no país, torna-se pertinente indagar de que maneira estruturas produtivas diversificadas foram impactadas pelos componentes inovativos e tecnológicos trazidos pelas fortes mudanças deflagrada nos anos 1970? A partir de um modelo econométrico de efeitos fixos com Dados em Painel balanceado (stacked cross-sections), para os anos censitários 1996 e 2006, o presente trabalho testou a hipótese de que estruturas produtivas diversificadas na agropecuária também foram impactadas positivamente por componentes inovativos e tecnológicos. Os resultados obtidos apontaram ser a diversificação um modelo produtivo pouco sensível a inserções inovativas e tecnológicas, sugerindo a ocorrência de uma possível mudança de perfil de estruturas rurais tradicionais na direção de práticas produtivas mais especializadas.