Produtos Florestais Não-Madeiráveis (PFNMs) da Amazônia: uma visão autóctone da cadeia-rede da castanha-da-amazônia no estado de Rondônia
Palavras-chave:
Cadeia-Rede, Sustentabilidade, Produtos Florestais, Castanha-da-amazôniaResumo
Produtos florestais não-madeiráveis (PFNMs) da Amazônia têm sido indicados por pesquisas como alternativa para a exploração sustentável. A castanha-da-amazônia ou do Brasil, um dos PFNMs mais conhecidos tem demanda no mercado nacional e internacional, entretanto tem-se observado pouco conhecimento sistemático sobre o produto em Rondônia e em outras regiões produtoras. Poucos são os dados de produção, beneficiamento e formas de comercialização disponíveis, assim como quem se apropria da agregação de valor à produção. Identificar e geoferenciar as principais áreas de produção, caracterizar os atores envolvidos e as transações na cadeia-rede e o processo produtivo é o que motivou esta pesquisa. Os dados empíricos foram obtidos em levantamento em comunidades que extraem o produto utilizando um formulário com perguntas estruturadas e observação participante do ambiente. Resultados parciais apontam um cenário da existência de uma incipiente cadeia-rede de produção da castanha-da-amazônia, semelhante à praticada no início do século XX. Um mercado comprador centralizado em um reduzido número de beneficiadores e exportadores, transporte primitivos em bolsas de “cipó titica” nas costas do extrator e barcos de madeira acionados à remo ou pequenos motores, são usados como meio de transporte do produto. Entretanto, desde o início do novo milênio, um fato novo surgiu no mercado; o fluxo do comércio da castanha se inverteu, em vez de descer os rios e suprir as indústrias instaladas em Manaus e Belém, passou a subir em direção as cabeceiras dos mesmos, aportando o produto nos territórios amazônicos da Bolívia e do Peru.