DESAFIOS DOS PESCADORES ARTESANAIS AMAZÔNICOS DO GUAPORÉ, RONDÔNIA - RO, BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.18361/2176-8366/rara.v8n2p144-161Palavras-chave:
PESCA ARTESANAL, SUSTENTABILIDADE, VALE DO GUAPORÉResumo
Os recursos pesqueiros constituem importante fonte de renda, trabalho e permanência do indivíduo em seu território. O Brasil absorve mais de 970 mil pescadores organizados, estes vêm estabelecendo estratégias de enfrentamento e resistência aos patrimônios ambientais e pesqueiros. O Projeto Pirarucu-Gente (2010 – 2013) e o Programa Peixe-Vivo (2012 – 2015) desenvolveram pesquisas junto às Colônias de pescadores artesanais do Vale do Guaporé, associando a pesquisa-ação participativa, abordagem etnográfica e entrevistas semiestruturadas, com o propósito de traçar o perfil social dos pescadores e da pesca; conflitos socioambientais e estratégias de políticas públicas. Os dados mostraram que 60% dos pescadores possuem uma renda mensal menor que um salário mínimo, grande parte dos pescadores estudaram apenas até as séries iniciais, o que compromete as atividades administrativas, como comercialização, marketing e inovações de mercado. As principais espécies capturadas são Pseudoplatystoma fasciatum (Linnaeus, 1766) e o Cichla spp (BLOCH; SCHNEIDER, 1801). Uma das problemáticas encontradas é o avanço do turismo sem gestão e a falta de manejo adequado para a Bacia em questão, desmatamento das margens e das nascentes que formam os rios, uso de agrotóxicos em atividades agropecuárias, diminuição do estoque pesqueiro, avanço e ocupação dos latifúndios nas áreas de desembarque e influência dos efeitos negativos da construção das hidroelétricas na produção pesqueira. Como forma de resistência, os camponeses procuram construir ações com auxílio dos projetos e programas mencionados, como também a negociação de políticas públicas para a região.