O discurso religioso barganhando a fé / The religious discourse bargaining faith

Resumo

O discurso religioso vem ganhando aclamação constantemente por se relacionar com estudos de diversas esferas do discurso ideológico. A base da religião conecta- se praticamente com outros campos de estudo humano, por formar nossa visão de mundo desde o processo colonial. Tal ação apresenta manifestações como meio para influenciar as pessoas, fato que se comprova através dos aspectos sociais, culturais e políticos, ao longo da história. Com isso, não há religião e discurso sem sentido, ambos estão entrelaçados, pois trilham propósitos semelhantes e apresentam-se em nossa constituição social. A ação desse discurso tem ido além de templos e reuniões fixas, sua evolução é visível na mídia, instituições de ensino, grupos partidários. Por essa razão, este trabalho busca analisar como se dá o caminho do discurso religioso barganhando a fé por meio da Análise do Discurso Francesa, à luz de Michel Pêcheux. Para isso, partimos de um estudo bibliográfico versando a obra de Althusser, Aparelhos Ideológicos de Estado (1985), de Eni Orlandi, As formas do silêncio (1995) e Discurso em análise: sujeito, sentido, ideologia (2012), de Dominique Maingueneau, Discurso e Análise do Discurso (2015), de Michael Foucault, A ordem do discurso (1995), e de Michel Pêcheux, Discurso. Estrutura ou acontecimento (1997), entre outros. Dessa forma, a religião é idealizada pelas ovelhas como o lugar de refúgio, acalento para a alma cansada. Logo, esse é o lugar de transformação, afunila-se entre o domínio religioso e a fé. A objetividade do discurso religioso enceta a representação do sujeito-pregador e do sujeito-devoto, em que o primeiro se apresenta como o “porta-voz de Deus”, e o outro, a ovelha obediente que se submete às revelações e ao silenciamento, palavras proféticas, visões, sonhos e outras manifestações advindas “da parte do Criador”.