Considerações sobre a hipótese da interinfluência entre pensamento,cultura e linguagem

Autores

  • Celso Ferrarezi Jr.

Palavras-chave:

Linguístico, linguagem, cultura, pensamento, línguas da Amazônia, semântica.

Resumo

A hipótese do relativismo lingüístico, resultante dos estudos de Whorf, com base nas idéias de Sapir e Boas, e que supõe que a linguagem determina o pensamento, se configura problemática por vários aspectos facilmente destacáveis. As intuições que as idéias de Boas, Sapir e Whorf refletem, porém, podem ser organizadas em uma hipótese mais ampla que é designada neste trabalho como hipótese da interinfluência entre linguagem, pensamento e cultura. Para comprovar esta hipótese, colheram-se dados da língua moré, falada pelo povo moré, uma das etnias Chapakura, povos da Amazônia. Esses dados foram contextua­lizados culturalmente, através da apresentação de informações sobre a história e a cultura morés, bem como de categorias nativas utilizadas por esse povo que refletem sua visão de mundo, de forma a que se pudesse entender os valores do pensamento e da cultura morés expressos em sua língua. Através de três fatos estruturais da língua moré, pode-se verificar de que maneira a estrutura lingüística reflete os valores da cultura e do pensamento morés, atuando como forma de expressão e, ao mesmo tempo, de estabelecimento desses mesmos valores, de maneira que a própria língua acaba por influenciar o pensamento e a cultura, em um processo cíclico.

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Publicado

17/12/2018

Edição

Seção

Artigos