ALGUMA FLORESTA PARA ALGUÉM GUARDAR: UMA ANÁLISE DA FORMULAÇÃO GUARDIÕES DA FLORESTA NO DISCURSO DOS MADEIREIROS DE SINOP-MT
DOI:
https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.12.n.2.4203Palavras-chave:
Discurso, Madeireiros, Floresta, Economia.Resumo
Artimanhas para assustar intrusos fazem parte do imaginário de quem já ouviu falar em Curupira e Caipora, personagens das lendas brasileiras que garantiam o equilíbrio e a perpetuação das matas. A tarefa extrapola a literatura, acompanha a passagem do tempo. Guardiões da Floresta. É assim que se intitulam, desde 2010, os extrativistas que integram o Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado de Mato Grosso (Sindusmad), e essa é a formulação que interessa a esta pesquisa. A partir da Análise do Discurso materialista histórica busca-se compreender os sentidos que se instauram na construção das imagens do guardião e da floresta. A investida justifica-se pelo envolvimento do setor na constituição da região norte do Estado, após o desmate de grandes áreas de florestas, na década de 1960. Atualmente, o setor de base florestal se mantém como o quarto maior setor econômico no Estado. O corpus de análise dessa pesquisa é, assim, composto por duas entrevistas com madeireiros de Sinop e uma com a autora do livro A Saga dos Guardiões da Floresta, produzido pelo sindicato. A reflexão integra o projeto Leituras urbanas e suas materialidades discursivas socioambientais no Norte do Mato Grosso, da Universidade do Estado de Mato Grosso.