A EMANCIPAÇÃO DO SUJEITO EM ULYSSES E EM FINNEGANS WAKE

Autores

  • Luana Signorelli Faria da Costa Universidade Estadual de Campinas
  • Luis Henrique Garcia Ferreira Pontifícia Universidade Católica de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.11.n.1.3222

Palavras-chave:

Emancipação. Técnica. Ambiguidade. Joyce.

Resumo

Esse artigo analisa os romances finais do irlandês James Joyce, Ulysses (2012) e Finnegans Wake (1999-2003; 2018), como criações cujas poéticas da indeterminação geram diversos níveis de subjetividade, os quais promovem uma emancipação do leitor enquanto sujeito (também) das obras. Ousado na técnica, Ulysses narra a odisseia de um homem comum, Leopold Bloom, o qual procura fugir de questões que que lhe causam dor, como o suicídio do pai, a iminente iniciação sexual da filha e a morte do filho, mas, principalmente, a traição da mulher. Por sua vez, Finnegans Wake tem uma proposta ainda mais ambiciosa. É a narrativa de um sonho e, por meio de uma linguagem que gramaticiza a polifonia e a ambiguidade dos sonhos, conta a história da humanidade e da literatura por meio da vida de HCE (personagem principal), bem como de sua família – a esposa Anna Livia Plurabelle, a filha Isis e os gêmeos Shaum e Shem. Todos, assim como a cidade de Dublin, são figuras arquetípicas e metamorfoseiam-se por todo o livro em mitos e em elementos da natureza. Neste processo, o inglês é deformado pelo agigantamento e criação de palavras, tal qual pela mestiçagem de dezenas de línguas e dialetos, “criando” um idioma em grande medida ininteligível. Assim, Joyce desenvolve poéticas da abertura e da incerteza, que exigem do leitor uma “co-construcción” (ADORNO, 2003). Ao preencher as lacunas e os vazios criados pelo escritor modernista, o leitor emancipa-se. Como suporte teórico, serão utilizados, predominantemente, a Teoria estética (2016) de Adorno, O Sinthoma (2007) de Lacan e riverrun (1992), organizado por Netroviski.

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Biografia do Autor

Luana Signorelli Faria da Costa, Universidade Estadual de Campinas

Luana Signorelli Faria da Costa é Mestra em Literatura pela Universidade de Brasília (UnB), pela linha de pesquisa da Crítica Literária Dialética do Programa de Pós-Graduação em Literatura (Pós-Lit). Ela foi membro do Grupo de Pesquisa Literatura e Modernidade Periférica (LMP). Durante o Mestrado (2014-2016), foi bolsista pela CAPES, e a dissertação se intitulou O problema da arte e do realismo em Anna Kariênina, de Tolstói. Ela foi defendida em 29 de março de 2016. Luana é graduada em Letras - Português com dupla habilitação (Bacharelado/Licenciatura) desde março de 2014 pela Universidade de Brasília. Atualmente, Luana é Doutoranda em Literatura pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pela linha de pesquisa Teoria e História Literária, no Instituto de Estudos de Linguagens (IEL).

Luis Henrique Garcia Ferreira, Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Luis Henrique Ferreira Garcia é graduado em Comunicação Social/Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2003). Tem experiência na área de comunicação, atuando principalmente como editor, jornalista e fotógrafo. Atualmente, é professor do Governo do Estado de São Paulo. E, além disso, é pesquisador de literatura modernista de língua inglesa, com ênfase em James Joyce, possuindo vínculo de aluno especial com o Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

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Publicado

13/02/2019

Como Citar

da Costa, L. S. F., & Ferreira, L. H. G. (2019). A EMANCIPAÇÃO DO SUJEITO EM ULYSSES E EM FINNEGANS WAKE. Revista De Estudos De Literatura, Cultura E Alteridade - Igarapé, 11(1). https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.11.n.1.3222