Ensino de língua materna como estratégia para uma prática descolonizadora
DOI:
https://doi.org/10.47209/2238-7587.v.5.n.2.2045Palavras-chave:
Poscolonialismo, Ensino de língua materna, Variação linguística, IdentidadeResumo
Resumo: Este artigo aborda aspectos da teoria poscolonial, enfatizando as contribuições do ensino de língua materna para o desenvolvimento estratégico de práticas linguísticas que favoreçam a participação social de classes excluídas por diferenças sócio-econômico-culturais, em relação a modelos arbitrários instituídos por sistemas de representação. Assim, discorre-se sobre as perspectivas do poscolonialismo, destacando-se similaridades entre essa abordagem e as reivindicações da sociolinguística no sentido de garantir, através da língua, os instrumentos necessários ao exercício da cidadania, especialmente no que concerne ao resgate da cultura, identidade e autonomia de grupos marginalizados e oprimidos pela dominância social. Considerando que a língua permeia as influências do imperialismo na formação da cultura prestigiada, entende-se que, através dela, também seja possível promover e favorecer um movimento mais coerente, no qual todas as culturas e identidades, inclusive a resultante do amálgama da colonização, teriam seus espaços garantidos e respeitados. Daí, a possibilidade de conceber a escola, como um todo, e, especialmente, as aulas de língua materna como lugares privilegiados para o empreendimento dessa postura descolonizadora pela linguagem.