Ficção e realidade em Nove Noites, de Bernardo Carvalho: intersecções entre o romance, história, memória e imaginação
Resumo
O artigo centra atenção nos limites entre realidade e ficção nas narrativas de vida, realizando para isso uma análise do romance Nove Noites, de Bernardo Carvalho. A abordagem se dá a partir da percepção de diluição das percepções entre passado e presente, tal como discutido por Henry Bergson, e entre real e ficcional tal como realizado por pensadores da teoria literária. As diferentes temporalidades que se cruzam no romance, a emersão de memórias do narrador, que pretensamente se confundem com memórias do autor, as incertezas que cercam a narrativa, são os índices a partir dos quais a discussão se constitui e desde onde é possível revisitar as questões acerca dos limites entre o real e o ficcional na literatura.