ATIVISMO JUDICIAL BRASILEIRO: QUANDO O EXEMPLO VEM DO SUL GLOBAL

Autores

  • Carolina Yukari Veludo Watanabe Universidade Federal de Rondônia

Resumo

O ativismo judicial no mundo contemporâneo é uma tendência. Assume grande relevância no cenário nacional em razão do descrédito no processo político em geral e o protagonismo experimentado pelo Judiciário em detrimento dos demais poderes constituídos. O trabalho apresentado, utilizando da revisão bibliográfica, tem o objetivo analisar a forma como o ativismo judicial é abordado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no Brasil e comparar com a atuação da Corte Constitucional Colombiana (CCC), a fim de verificar a viabilidade de inclusão desta perspectiva latina na interpretação constitucional pátria. Para tanto esclarece suas origens do ativismo judicial, evolução histórica, significado, diferencia abordagens de termos correlatos e, ao final, conclui que o exemplo do sul global é próximo da realidade social e constitucional brasileira e que o julgamento da ADPF 347, que aponta as mazelas do sistema carcerário brasileiro, é uma grande oportunidade para abertura do Pretório Excelso para uma verdadeira ecologia de saberes.

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Biografia do Autor

Carolina Yukari Veludo Watanabe, Universidade Federal de Rondônia

Cursou Bacharelado em Matemática Aplicada e Computação Cientifica (2006), Licenciatura em Matemática (2007), Mestrado (2007) e Doutorado (2013) em Ciência da Computação e Matemática Computacional pela Universidade de São Paulo. Atualmente é professora Adjunto III no Departamento de Ciências da Computação da Universidade Federal de Rondônia. Na área de Computação, atua na área de visão computacional, processamento de imagens digitais e aprendizado de máquina. Na área de Ciências Sociais Aplicadas e Interdisciplinar, realiza estudos sobre impactos do uso de TICs nas relações de negócios, sociais, econômicas e nos processos de tomada de decisão. Atualmente ministra aulas nos cursos de Ciência da Computação, Programa de Pós-Graduação Mestrado em Administração - PPGA/UNIR, e no Mestrado de Direitos Humanos e Acesso à Justiça - DHJUS/UNIR.

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Publicado

01/08/2019

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Artigos