A ESCOLA ULTRAPASSANDO FRONTEIRAS: INTERCÂMBIO CULTURAL ENTRE ALUNOS DE GUAJARÁ-MIRIM (BR) E RURRENABAQUE

Autores

  • Deny Ardaia da Silva IFRO - Campus Cacoal
  • Silene Espinosa Quintão Alencar SEDUC-RO

DOI:

https://doi.org/10.36026/rpgeo.v6i1.4241

Resumo

Este artigo trata sobre o interrelacionamento entre pessoas extrangeiras, quebra barreiras e nos dá a ideia de que o outro só se difere da gente diante das vivências. Assim como os índios Pacaás-Novos costumam se definir como Wari’s, que significa gente, nós também devemos fazer. Não somos brasileiro ou bolivianos, somos GENTE, por isso este trabalho registra ações que possibilitam reflexões acerca do Projeto I INTERCÂMBIO CULTURAL INTERNACIONAL BRASIL X BOLÍVIA-GUAJARÁ-MIRIM E RURRENABAQUE ULTRAPASSANDO FRONTEIRAS realizado no período de 04 à 06 de outubro de 2013. O projeto envolveu duas escolas de países distintos. A Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Simon Bolívar situada em Guajará-Mirim (Rondônia/Brasil) e a Unidade Educativa San José da rede Fé y Alegria localizada em Rurrenabaque (Beni/BOl). Nosso objetivo, enquanto professores da escola brasileira, foi o de promover a interação entre as comunidades das escolas participantes dos dois países no intuito de estimular as práticas interculturais fronteiriças a partir de diferentes ações como: jogos, passeios turísticos, círculos culturais bilíngues e apresentações de danças. Nosso referencial tem como aporte os estudos de Freire (1994) sobre o método dos Círculos de Cultura. Este método se baseia em princípios fundamentais, são eles: diálogo, participação, trabalho em grupo e o respeito. A escolha desse método contribuiu para estreitar a relação entre os estudantes dos dois países, possibilitando a discussões de temáticas atualizadas e relevantes na formação do aluno do ensino médio. Nesse sentido alunos brasileiros e alunos bolivianos abordaram os temas: meio Ambiente, desenvolvimento, educação, sexualidade, drogas, violência, bulliyng, Fronteira, migração, cultura, família e sociedade a partir dos próprios contextos culturais e políticos. Optamos por realizar uma pesquisa descritiva apoiada nos documentos gerados nos Círculos de Cultura durante o projeto, conversas informais e abordagens de campo. O projeto oportunizou trocas de conhecimentos entre os estudantes, contribuindo para desconstruir alguns conceitos negativos sobre a população boliviana residente na cidade de Guajará-Mirim. Através de atividades interativas foi estimulada a valorização da cultura e da história do Brasil e da Bolívia que nesse processo, a língua foi elemento de desafio, porém com a ajuda de professores da rede de ensino da cidade de Guayaramerín (Bolívia), que compreendem o português e o espanhol, a barreira linguística foi vencida. Através do projeto foi possível reafirmar a escola como espaço de produção de conhecimento, de novos discursos e novos valores humanos. É preciso sair dos muros da escolar para que haja uma aprendizagem significativa e contextualizada. Entendemos que a fronteira não nos limita, ela nos desafia constantemente a repensar nosso modo de vida. Porque do outro lado da fronteira habitam pessoas com histórias e conhecimentos singulares, que precisam ser conhecidos, apreciados e até incorporados às nossas práticas. A avaliação final do projeto apontou que os alunos brasileiros participantes do projeto não tinham conhecimento da realidade social, cultural e política da Bolívia e também não tinham interesse em conhecer. Depois do projeto surgiu o interesse pela aprendizagem do espanhol, o preconceito com os alunos bolivianos e descendentes diminuiu, surgiu o interesse dos alunos e professores em conhecer a cidade de Rurrenabaque na Bolívia, os profissionais brasileiros envolvidos no projeto puderam interagir com os profissionais bolivianos e comparar as duas realidades passando a valorizar as lutas e conquistas no trabalho, o espaço físico e respeitar os moradores da fronteira construindo uma nova visão gerada a partir desse projeto.

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Biografia do Autor

Silene Espinosa Quintão Alencar, SEDUC-RO

Licenciada em Pedagogia pela Universidade Federal de Rondônia- UNIR pós-graduada em Didática Metodologia do Ensino Superior e Inovações Curriculares pela faculdade Santo Andre FASA, Coordenadora Pedagógica da Rede Estadual e Municipal de Educação, pesquisadora do Grupo de Estudos Interdisciplinares das Fronteiras Amazônicas – GEIFA, linha: Educação, Fronteira e Interculturalidade.

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Publicado

29/08/2019