O SURGIMENTO E A REPRESENTAÇÃO DO DIABO NA SOCIEDADE E NA MENTALIDADE CRISTÃ MEDIEVAL

Autores

  • Francisco Wellington Rodrigues Lima Universidade Federal do Ceará - UFC

DOI:

https://doi.org/10.47209/1519-6674.v30.n.1.p.70-87

Palavras-chave:

Diabo, Idade Média, Representatividade, Imaginário Cristão

Resumo

A representação do Diabo durante toda a Idade Média fez surgir uma série de reflexões sobre o mundo em que vivemos, o homem, o circunstancial e o Criador. Nenhum ser jamais recebeu tantas denominações como a figura representante do Mal, o Diabo. Ele ficou conhecido como Satã, Lúcifer, Diabo, Satanás, Demônio, Maldito, Belial etc. Assumiu nomes populares como Pai da Mentira, Anjo Mal, Capiroto, Cão, Coisa Ruim, Espírito do Mal etc. Constituiu-se de inúmeras formas híbridas, dentre elas a de serpente, lobo, bode, corvo. Sobre sua origem, conforme apontam teólogos e historiadores como Cousté (1996), Russel (2003), Muchembled (2001), ainda há uma série de incertezas. Segundo relatos bíblicos, por exemplo, teria sido ele um Anjo de Luz que, ao se revoltar contra a figura divina, foi expulso do Reino Celestial. Era ele um Anjo Serafim, em outras versões, um Anjo Querubim, de linda forma áurea, mas, após sua queda, diante do pecado da soberba, assumiu formas representativas deformadas, pavorosas, que provocaram medo na mentalidade do povo cristão durante quase toda a Idade Média, sendo ele, o Diabo, possuidor e tentador das almas humanas mundanas e más após a morte: o Senhor das Terras Infernais. Tornou-se o grande adversário de Deus e inimigo implacável de Jesus Cristo e de seus discípulos, tendo por missão combater o Bem e fazer reinar o Mal sobre a terra e os homens. Ganhou, ao longo dos tempos, grande proporção nas narrativas de cunho religioso. Ele foi, por exemplo, mencionado cinquenta e três vezes no Novo Testamento e descrito uma vez no Antigo Testamento.  Segundo pesquisadores, o Diabo tomou forma a partir do momento em que o pensamento criador e o discurso religioso entraram em jogo, conferindo-lhe vida e concedendo-lhe poder.

 

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Biografia do Autor

Francisco Wellington Rodrigues Lima, Universidade Federal do Ceará - UFC

Doutor em Letras/Literatura Comparada (PPGLETRAS UFC 2018), Mestre em Letras/Literatura Comparada (PPGLETRAS UFC 2010), Especialista em Estudos Clássicos pela UFC (2006), Graduado em Letras pela Universidade Federal do Ceará (2002). É ator, Diretor, Dramaturgo e Produtor da Cia. Teatral Moreira Campos, formado pelo Curso de Extensão em Arte Dramática da UFC (2000-2002). Foi Professor das Faculdades Cearenses (2008-2011) e ministrou as seguintes disciplinas: Arte Educação e TCC I (Pedagogia), Comunicação e Expressão Empresarial e Projetos Acadêmicos (Administração), Português e Metodologia do Trabalho Científico (Comunicação Social - Publicidade e Jornalismo); foi Professor Substituto do Curso de Licenciatura em Teatro da Universidade Regional do Cariri (URCA 2013-2015) e ministrou as seguintes disciplinas: Estágio Supervisionado I, II e III; PPP I e II; Processo de Encenação Teatral I e II, Jogo e Cena I e II, Projeto Acadêmico I; foi Professor Substituto de Língua Portuguesa do IFCE SOBRAL (2015-2017). Foi Bolsista FUNCAP. Atualmente é bolsista da Universidade Aberta do Brasil / Universidade Federal do Ceará (2009-2018) e já ministrou as disciplinas de Literatura Portuguesa, Psicologia da Educação, Estágio de Língua Portuguesa, Didática, Estágio Supervisionado, dentre outras. É membro do Grupo GERLIC - Grupo de Estudos Residuais em Literatura e Cultura da UFC; membro do GERAM - Grupo de Estudos em Residualidade Antigo-Medieval do Curso de História da Universidade Estadual do Vale do Acaraú (UVA); Pesquisador do Núcleo de Pesquisas Pós-Coloniais - NePC da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP). Título da Dissertação de Mestrado: A Representação do Diabo Medieval no Teatro Vicentino e seus Aspectos Residuais no Teatro Quinhentista do Padre José de Anchieta e no Contemporâneo de Ariano Suassuna. Palavras-chave: diabo, teatro, cultura brasileira, residualidade e medievo. Pesquisa de Doutoramento: A Representação da Morte, do Julgamento e da Salvação no Teatro Medieval Português de Gil Vicente e seus Aspectos Residuais no Teatro Contemporâneo Brasileiro de Ariano Suassuna. Palavras-chave: Residualidade, Morte, Julgamento, Salvação, Gil Vicente, Ariano Suassuna.

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Publicado

25/10/2019

Edição

Seção

ARTIGOS - DOSSIÊ