CIDADES “IMAGINÁRIAS” NAS AMAZÔNIAS
DOI:
https://doi.org/10.47209/1519-6674.v.29.n.1.p.1-4Resumo
Quando falamos em cidades imaginárias, não estamos opondo esse significado à ideia de cidades reais. Longe de estabelecermos uma antítese ligeira, um dualismo mecânico, pensamos que essas fronteiras se interpenetram e se movem constituído cartografias diversas de sentidos, de valores, de usos dos espaços, dos afetos, desejos e medos que nos situam como sujeitos que nos movemos na cidade e com a cidade. Toda cidade carrega temporalidades distintas e intercambiáveis nas narrativas que se constituem sobre ela: há a dimensão que lida com o passado vivido pelos moradores e das marcas grafadas nas construções do espaço urbano. Há a dimensão do presente, do aqui agora, em jogos abertos de disputas, de solidariedades e interesses que movem o cotidiano dos habitantes da cidade e as configurações em torno dela. Por fim, há sempre a perspectiva do vir a ser, do futuro indefinido, dos acasos e dos atos deliberados que carregam dores, esperanças, utopias, distopias, alegrias e outros tantos sentimentos. A Amazônia, caracterizada por sua diversidade étnica e cultural, é constituída por múltiplos territórios sociais, aqui pensados enquanto uma prática política, uma projeção cultural sobre o espaço. Em meio a essas muitas Amazônias existe uma Amazônia urbana, com as cidades se constituindo de diferentes maneiras, em diferentes espaços e períodos históricos. Pesquisar e escrever sobre esses diversos cenários contribui para o desmantelamento de concepções sobre cidades míticas, para o desenvolvimento de problematizações com marcos e personagens fundadores, assim como para processos de ressignificações dos vários saberes e fazeres que perpassam esses espaços. Assim, considera-se que as cidades são produtos da cultura humana. São tingidas de estéticas diversas, moralismos de tons variados, racionalidades carregadas de certezas e sonhos contínuos. Por isso, toda cidade é sempre imaginada.Downloads
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