ENTRE POLÍTICAS DE LEMBRANÇA E PRÁTICAS DE ESQUECIMENTO: O DESAFIO DE RE-SIGNIFICAR A HISTÓRIA E A MEMÓRIA DE ÁFRICA E DOS AFRO-BRASILEIROS NOS LIVROS DIDÁTICOS DE HISTÓRIA APÓS A LEI N. 10.639/03
Palavras-chave:
História, Memória, Livros didáticos, Lei n. 10.639/03.Resumo
Este artigo visa discutir a relação entre memória e história, a fim de fazer alguns apontamentos a respeito da aplicação Lei n. 10.639/03 no mercado editorial dos livros didáticos. Nossa intenção não é esgotar as possibilidades de análise, sequer é anunciar o teórico que melhor soube lidar com o dilema mnemônico. Muito pelo contrário, nosso objetivo é traçar um quadro pinçado entre dois tons que possa oferecer ao leitor uma fratura dos diálogos já feitos. Nesse sentido trazemos à baila as discussões do sociólogo durkheimiano Maurice Halbwachs e do filósofo francês Paul Ricœur para responder a duas simples questões: “quando abordamos a memória estamos a falar de uma memória coletiva ou individual”? e “esses dois espaços em que a memória transita não confluem em um dado momento”? Entre as conclusões feitas, acreditamos que embora essas matrizes teóricas queiram ser antagônicas, são passíveis de interpenetração. Tenha visto que em suas fronteiras flui os rios da memória, que independente do nosso aval, deságuam no mar da história. Sob essa perspectiva o livro didático (LD) de História assume o papel de força ou potência motriz sendo um dos primeiros agentes transmissores de histórias e memórias. Figurando, também, como espaço estimado por determinados grupos sociais que reivindicam seu protagonismo nos grandes enredos históricos, uma vez que a historiografia tradicional, sob a influência das ideias positivistas e historicistas, encarregou-se de esquecê-los e silenciá-los durante sua feitura.
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