PRECONCEITO RACIAL NO ROMANCE ABOLICIONISTA BRASILEIRO E CUBANO

Autores

  • Juliana Fillies Testa Muñoz Universität zu Köln/UERJ

Palavras-chave:

Romance abolicionista, abolição, branqueamento,

Resumo

Até o inicio do século XIX, o sistema escravagista foi o principal pilar das economias brasileira e cubana. Contudo, a partir das primeiras décadas desse século, o escravismo se foi transformando-se paulatinamente em um símbolo de atraso econômico e moral. Iniciou-se, assim, um assíduo debate do qual participaram intelectuais de todas as áreas. Cabia à elite brasileira e à cubana repensar as estruturas socioeconômicas de seus países. Nesse período, ganham importância ideologias de cunho racial que vinculam o desenvolvimento das nações a sua composição étnica. Influenciados por essas ideias, os intelectuais brasileiros e cubanos abordam o tema do futuro racial de seus países. É assim que, em Cuba e no Brasil, a figura do negro, até então marginalizada na literatura, é deslocada para o centro da ficção.

Nas literaturas brasileira e cubana, a representação do negro acontece de forma ambígua. Enquanto os escritores abolicionistas buscam defender os escravos, fazendo deles os heróis de seus romances, eles deixam, ao mesmo tempo, transparecer o preconceito que dominou as sociedades oitocentistas latino-americanas. Observamos, assim, um posicionamento controverso desses intelectuais em relação à população negra. Propõe-se, com esse artigo, analisar a representação literária de personagens negros em romances selecionados da literatura abolicionista cubana e brasileira, considerando as tensões históricas e as ideias sobre etnia em voga nas respectivas sociedades. 

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Biografia do Autor

Juliana Fillies Testa Muñoz, Universität zu Köln/UERJ

Doutoranda em Literatura Comparada pela Universidade de Colônia (Alemanha) e pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. 

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Publicado

28/03/2017

Edição

Seção

ARTIGOS - DOSSIÊ