MOVIMENTOS SOCIAIS DOS TRABALHADORES RURAIS ACREANOS NO SÉCULO XX: LUTAS POR ESPAÇO E TERRITÓRIO

Resumo

O presente ensaio constitui-se como uma análise perfunctória sobre o que acreditamos ser a real razão dos movimentos sociais dos trabalhadores rurais acreanos no século XX no contexto do surgimento de sindicatos que lutavam contra a expansão dos grandes latifúndios no Estado do Acre, qual seja a ideia de que as lutas sociais erigidas pelos referidos trabalhadores não foram eliciadas apenas pelo desejo destes de manterem a posse de suas terras – que utilizavam para agricultura de subsistência em uma espécie de economia ecológica baseada no desenvolvimento sustentável, mas também pela volição de possuírem um território, no sentido simbólico, que representasse seus modos de vida, suas identidades, sua cultura. A metodologia de pesquisa é a exploração bibliográfica revisional, perscrutada pelo método indutivo, porquanto foram analisados escritos diversos sobre o tema e cotejadas ideias de autores como Carlos Alberto Alves de Souza, Milton Santos, Laura Silveira, José Eli Veiga, Rogério Haesbaert. Os resultados nos fazem inferir que para os trabalhadores rurais acreanos do final do século passado os espaços físicos que habitavam - dos quais eram aviltantemente expulsos por pecuaristas, representavam não apenas um solo para plantar, morar e viver, mas também um território cultural e historicamente simbólico. Afinal, como aduz Milton Santos, não há sociedade sem um espaço que lhe seja próprio, onde se realize uma identificação.