História social da criança e do adolescente em situação de risco no Brasil a partir dos marcos legais e do cotidiano

Autores

  • Fabio Santos de Andrade Universidade Federal de Rondônia

DOI:

https://doi.org/10.26568/2359-2087.2016.1600

Palavras-chave:

História Social. Situação de Risco. Movimentos Sociais. Crianças e Adolescentes.

Resumo

A problemática que envolve crianças e adolescentes em situação de risco é tema reticente no Brasil. Diversos autores abordam questões que buscam compreender o cotidiano sócio histórico e os fenômenos políticos, econômicos, sociais e culturais que atravessam esse cotidiano resignificando, a história do Brasil. Nessa trilha, esse trabalho apresenta uma compreensão teórica sobre cotidiano de crianças e adolescentes no final do século XIX e durante o XX, na tentativa de elucidar a forma como eram tratadas, principalmente as que se encontravam em situação de risco pessoal e social. Destaca-se as políticas públicas e as legislações concernentes à criança e ao adolescente e que tipo de impacto tiveram no cotidiano e nas ações sociais. Cabe considerar que durante a história do Brasil crianças e adolescentes pobres sempre foram envolvidos em uma carga de preconceitos que os caracterizava como seres inferiores, dignos de piedade e vítimas das violências por parte da sociedade e do Estado. Durante a vigência do Código de Menores, aprovado em 1927, tornaram-se responsabilidade do Estado que os incluía numa Doutrina de Situação Irregular. Desde o Código de 1927 até a Política Nacional do Bem-estar do Menor, correspondente à reformulação do Código de Menores de 1979, decorreram mais de cinquenta anos, em que foi empregada a prática de internação de crianças e adolescentes, independentemente de tratar-se de um regime político autoritário ou democrático – correção do comportamento ou educação para integração social, respectivamente. Somente com a Constituição Federal de 1988 é que foram inseridos, no Brasil, os Direitos Internacionais da Criança, proclamados pela ONU desde 1950. Ademais, foi com a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que o Estado assumiu sua responsabilidade sobre o atendimento integral às crianças e adolescentes, considerando-os sujeitos de direitos, deveres e saberes. Extinguiu-se o termo “menor” e passou a vigorar a expressão “crianças e adolescentes”. No entanto, mesmo com a nova legislação, crianças e adolescentes ainda continuam sendo violentados e expostos a diversas situações de risco.

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Biografia do Autor

Fabio Santos de Andrade, Universidade Federal de Rondônia

Educador Social. Professor Adjunto do Departamento Acadêmico de Ciências da Educação (DACIE) e do Programa de Pós-Graduação em Educação Escolar – Mestrado Profissional (PPGEE/MEPE) da Universidade Federal de Rondônia - UNIR. Graduado em História e Especialista em Políticas Públicas e Educação pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia UESB. Mestre em Ciências Sociais (área de Sociologia) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC. Doutor em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso UFMT. Pesquisador da área da História Social e Sociologia da Juventude, desenvolve trabalhos junto a Instituições que atendem crianças e adolescentes em situação de risco pessoal e social. Pesquisador do Grupo de Estudos Pedagógicos (GEP), Linha de pesquisa sobre Educação Social. Membro do Conselho Fiscal da Associação Brasileira de Pesquisadoras e Pesquisadores pela Justiça Social - ABRAPPS (Gestão 2015-2017). Ex-Bolsista do Programa Internacional de Bolsas de Pós-graduação da Fundação Ford - International Fellowships Program.

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Publicado

30/06/2016

Como Citar

ANDRADE, F. S. de. História social da criança e do adolescente em situação de risco no Brasil a partir dos marcos legais e do cotidiano. EDUCA - Revista Multidisciplinar em Educação, [S. l.], v. 3, n. 5, p. 44–62, 2016. DOI: 10.26568/2359-2087.2016.1600. Disponível em: https://periodicos.unir.br/index.php/EDUCA/article/view/1600. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos Científicos